A árdua conquista do voto, fruto de décadas de lutas e mobilizações populares, certamente valeu a pena, pois representa um dos pilares da democracia. No entanto, o desafio que se coloca hoje vai além das urnas: é preciso conquistar as consciências e os corações do povo brasileiro. Afinal, como bem sabemos, a democracia não se resume ao ato de votar, mas também à vigilância constante sobre aqueles que elegemos.
Um exemplo emblemático dessa desconexão entre representantes e representados é o caso de Ibaneis, reeleito no primeiro turno com amplo apoio, mas que hoje ostenta uma taxa de desaprovação de 65% no meio do mandato. Como explicar essa contradição? A resposta pode estar na forma como muitos políticos, especialmente os que priorizam interesses próprios, conseguem se eleger prometendo mundos e fundos, mas, uma vez no poder, deixam seus eleitores "a ver navios". Ibaneis, que chegou ao poder com discursos de mudança e compromisso, falhou em cumprir suas promessas, revelando uma gestão mais preocupada com o próprio bolso do que com o bem-estar coletivo.
Esse cenário nos remete à célebre frase de Abraham Lincoln: "Você pode enganar todas as pessoas por algum tempo; pode até enganar algumas pessoas o tempo todo; mas não pode enganar todas as pessoas o tempo todo." No caso de Ibaneis, parece que a máscara caiu antes do fim do mandato, expondo a falta de compromisso sério com a gestão pública, com o povo e, sobretudo, com a moralidade.
É essencial que o povo brasileiro compreenda que o voto é apenas o primeiro passo. A verdadeira mudança exige participação ativa, cobrança e, acima de tudo, conscientização política. Como já alertava o filósofo Rousseau, "o povo é enganado porque quer ser enganado". Portanto, é nosso dever romper com a passividade e exigir que nossos representantes honrem o mandato que lhes foi confiado. Afinal, a democracia só floresce quando o povo está atento, informado e disposto a lutar por seus direitos.
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